
Kennedy Kelvin Scudeler, de 27 anos, morador de Fátima do Sul, a 239 km de Campo Grande, teve uma surpresa na noite de quarta-feira (21) enquanto aguardava a chegada de um lanche em frente à sua casa. Por volta das 21h50, ele avistou uma luz incomum no céu e, acreditando ser um meteoro, rapidamente pegou o celular e registrou o fenômeno em vídeo.
O vídeo de 42 segundos mostra a luz brilhante atravessando o céu, o que inicialmente parecia ser um meteoro. No entanto, ao analisar as imagens, o professor de Física da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), Hamilton Corrêa, ofereceu uma explicação diferente. Segundo ele, o objeto filmado por Kennedy era provavelmente um destroço espacial que se incinerou ao entrar na atmosfera, e não um meteoro.
O professor Corrêa destacou que a trajetória tangente e o tempo prolongado do objeto são características típicas de resíduos espaciais incinerados na atmosfera, ao contrário dos meteoros, que costumam ter trajetórias curtas e incidências mais diretas em direção à Terra. “A imagem de luz desaparece em um determinado ponto acima do horizonte, indicando que ele se incinerou completamente na atmosfera”, explicou o professor.
Apesar da curiosidade inicial, Kennedy ficou fascinado ao descobrir que testemunhou um fenômeno relativamente raro a olho nu. “Eu estava curioso para saber o que era. Nunca tinha visto resíduos espaciais a olho nu, só por vídeos”, relatou.
Embora o avistamento de resíduos espaciais seja um fenômeno comum, não representa perigo para a população, já que a maioria desses fragmentos se desintegra antes de alcançar o solo. Em contraste, apenas meteoros de grande volume podem deixar resíduos conhecidos como meteoritos, que podem ser encontrados na superfície da Terra.
Autor: Herculano Borges Daniel