O rompimento da barragem no condomínio de luxo Nasa Park, que destruiu parte da BR-163 entre Campo Grande e Jaraguari e afetou diversas casas no entorno, resultou em uma multa inicial de R$ 732.500 aplicada pelo Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul). Segundo Leonardo Sampaio, gerente de Recursos Hídricos do Imasul, a multa deverá aumentar devido à gravidade dos danos, com o valor final sendo divulgado entre quarta e quinta-feira desta semana.

O local não tinha autorização para barramentos e já havia sido notificado anteriormente. O Corpo de Bombeiros informou que a represa do Nasa Park não possuía certificado de vistoria, e o tenente-coronel Fábio Pereira de Lima afirmou que o local estava em situação irregular. As autoridades estão preparando notificações e possíveis autuações por outras irregularidades encontradas.

A administração do condomínio lamentou o ocorrido e afirmou que está cooperando com as autoridades para tomar todas as medidas necessárias. Uma equipe de engenheiros especializados foi contratada para realizar um estudo detalhado que determinará a causa do rompimento e as medidas corretivas a serem adotadas.

O governo do estado de Mato Grosso do Sul também emitiu uma nota explicando as ações em andamento para conter os danos, dimensionar a extensão dos impactos e reconstruir as áreas afetadas. Na manhã desta quarta-feira (21), o prefeito de Jaraguari, Edson Rodrigues Nogueira, enviou equipes para prestar assistência às famílias atingidas.

As obras de reconstrução da rodovia afetada pelo rompimento causaram um engarrafamento de cerca de 7 km na BR-163, com o trânsito funcionando no esquema “pare e siga”, onde o fluxo é alternado a cada 30 minutos. A maioria dos veículos presos no congestionamento são caminhões e carretas.

O rompimento, que ocorreu na manhã de terça-feira, surpreendeu a todos, destruindo casas, abrindo uma cratera na rodovia e bloqueando completamente a BR-163 nas primeiras horas do dia. Motoristas foram orientados a retornar para Campo Grande ou seguir por rotas alternativas, como o anel rodoviário Dr. Ricardo Trad ou a estrada de acesso ao Bonfim.

O engenheiro Rubens Silvestrini, professor doutor da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), revelou que há 20 anos já havia observado pequenas fissuras na barragem e alertado os órgãos competentes sobre a necessidade de manutenção futura. Embora na época não fosse considerada uma situação emergencial, o alerta parece ter sido ignorado.

Silvestrini explicou que todas as barragens, independentemente do material, requerem manutenção ao longo do tempo devido à acomodação natural do solo, enfatizando que essa necessidade de reparos é algo comum, mas crucial para a estabilidade da estrutura.

Autor: Herculano Borges Daniel

Gostou do conteúdo e quer saber mais sobre o autor?