A chuva e a alta umidade desta sexta-feira (9) trouxeram alívio ao Pantanal de Mato Grosso do Sul, eliminando os focos de incêndio na superfície, conforme informações do Corpo de Bombeiros. No entanto, o fogo subterrâneo, conhecido como turfa, ainda representa uma séria ameaça e mantém brigadistas em alerta máximo.

Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) confirmam que, enquanto os focos de incêndio em Mato Grosso do Sul foram zerados, o Pantanal de Mato Grosso ainda registra três pontos de calor ativos. Neste ano, quase 1,5 milhão de hectares do bioma foram consumidos pelas chamas.

Apesar da trégua proporcionada pela frente fria que chegou ao estado, com temperaturas caindo até 20ºC na região do Pantanal, a situação permanece delicada. A umidade relativa do ar subiu para 60%, mas o fogo de turfa continua a ser um desafio, exigindo um combate cuidadoso e prolongado.

Especialistas alertam que a presença de nuvens pode mascarar a verdadeira extensão dos incêndios, e o fogo pode persistir em camadas profundas do solo, reacendendo quando as condições climáticas se tornarem favoráveis. O biólogo Gustavo Figueirôa, da ONG SOS Pantanal, explica que a turfa é altamente inflamável devido à acumulação de matéria orgânica ao longo dos anos, criando um fogo subterrâneo difícil de detectar e combater.

Mesmo sem focos ativos visíveis, bombeiros e brigadistas continuam o trabalho de rescaldo e monitoramento, atentos ao risco do fogo de turfa reacender. A batalha contra esses incêndios florestais complexos no Pantanal é intensificada pelo comportamento do solo, que mantém brasas mesmo após a chuva.

O cenário no Pantanal ainda exige cautela e ação contínua das equipes de combate ao fogo, especialmente em áreas que acumulam grandes quantidades de matéria orgânica no solo. As condições climáticas futuras determinarão se a trégua atual será duradoura ou se novas chamas poderão surgir das profundezas.

Autor: Herculano Borges Daniel

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