
Os incêndios florestais que assolam a Amazônia e o Pantanal estão afetando a qualidade do ar em grande parte do Brasil, prejudicando a saúde respiratória de milhões de pessoas. A densa nuvem de monóxido de carbono gerada pelas queimadas se estende desde o Norte do país até as regiões Sul e Sudeste, e também passa sobre o Peru, Bolívia e Paraguai.
A situação pode se agravar nos próximos dias devido à chegada de uma nova frente fria, que deverá alterar a direção dos ventos e redirecionar a fumaça para o Mato Grosso do Sul até sábado.
Widinei Alves Fernandes, professor do Instituto de Física da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul e coordenador da QualiAR (Estação de Monitoramento da Qualidade do Ar), explicou que, até o momento, o corredor de ar com poluentes tem contornado o Brasil, afetando principalmente as áreas de fronteira e o sul do país. No entanto, com a mudança na direção dos ventos, a fumaça poderá atingir Campo Grande e outras regiões do estado, trazendo sérios riscos à saúde da população.
Dados do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) revelam que, desde o início do ano até o dia 18 de agosto, 1.838.950 hectares no Pantanal e 3,2 milhões de hectares na Amazônia foram destruídos pelo fogo. A queima dessa vasta quantidade de material orgânico, incluindo fauna e flora, libera partículas nocivas que se dispersam na atmosfera e podem causar danos graves à saúde.
Entre os principais riscos estão as doenças do trato respiratório, com destaque para a possibilidade de partículas finas atingirem os pulmões, coração e até mesmo o cérebro, aumentando o risco de AVC (Acidente Vascular Cerebral). A recomendação é usar máscaras, evitar atividades físicas ao ar livre, manter as casas fechadas para impedir a entrada da fumaça e utilizar umidificadores para amenizar os efeitos da baixa umidade do ar.
A situação se torna ainda mais preocupante devido à baixa umidade relativa do ar registrada nos últimos dias, que está variando entre 20% e 12%, conforme alerta laranja emitido pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Essas condições agravam ainda mais os problemas respiratórios, exigindo cuidados redobrados da população.
Autor: Herculano Borges Daniel